Quando pensamos em pimenta vem logo a impressão de que tem tudo haver com a herança africana e que uma pimentinha malagueta tem tudo haver com uma moqueca. Até tem mesmo, mas segundo o antropólogo Câmara Cascudo, que presenteou os estudos gastronômicos com o magnífico História da Alimentação no Brasil, o gosto pela pimenta vem tanto das nossas heranças africanas quanto portuguesas e indígenas.
No Brasil houve uma mistura de pimentas. Pesquisamos e encontramos essa foto que segue com o post como pimentas tipicamente brasileiras. Acreditamos que a esta altura (depois de 500 anos do descobrimento) fica difícil determinar tão especificamente o que era da terra e o que veio de fora por isso que para começar nossos estudos sobre a culinária da região norte do Brasil recorremos a Câmara Cascudo para especificar direitinho a relação dos indígenas com a pimenta, que juntamente com a farinha de mandioca eram complementos constantes da dieta.
Em um trecho, quando fala de heranças alimentares ele diz que quem nos deixou a pimenta foram os indígenas que comiam quiyas secas e piladas com farinha e juquirai, juquitaia assadas para salpicar nas proteínas. Cascudo usa os termos indígenas e explica posteriormente que eram pimentas variadas em coloração e forma mas eram classificadas como solanácea do gênero Capsicum que não existiam fora da América.
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